Talvez muita gente tenha sido atraída pelo título por causa da atribuição mais comum a palavra Nirvana (que tem origem no sânscrito Nibbana). Desculpe-me! Não vou tratar aqui da famosa banda americana de rock’n’roll, capitaneada pelo nobre vocalista Kurt Cobain e que estourou em meio ao movimento Grunge de Seattle (EUA) no início dos anos 90. Confesso que na juventude ouvi muito esse som, mesmo sem saber o significado amplo que a expressão Nirvana professava. Muito diferente dos contestáveis exemplos do citado roqueiro, Nirvana é uma palavra do contexto do Budismo, que significa o estado de libertação atingido pelo ser humano ao percorrer sua busca espiritual.
Na verdade, se olharmos para um lado ou outro, teremos a plena convicção que, apesar dos pesares, vivemos todos para buscar o Nirvana – ou seja, um estado eterno de graça. Uns buscam este estado na oração, outros nos medicamentos (des)controlados. Uns querem o seu Nirvana próprio, outros lutam pelo da família toda. De toda forma, atingir o estado de Nirvana é renunciar ao apego material que não eleva em nada o nosso espírito e só faz nos trazer sofrimento em cima de sofrimento. Nirvana é também paz interior, sem se preocupar demais com o que os outros pensam. Nirvana é se livrar de tormentos como o orgulho, o ódio, a inveja, o egoísmo e tudo aquilo que tira nossa paz.
E para nós cristãos que, apesar de respeitarmos todas as escolhas religiosas, não temos em Buda nossa principal referência religiosa, é possível atingir o Nirvana? Sim, é claro. Basta que sigamos a Lei de Cristo exposta no Sermão da Montanha, a partir da decodificação dos 10 mandamentos. Aliás, só com o primeiro, “Amar a Deus sobre todas as coisas”, já resolvemos uma parte significativa dos nossos problemas e dificuldades. Quando colocamos uma força superior à frente de nossas ações, as dificuldades desaparecem. Coloque hoje mesmo seus problemas nas mãos de Deus, e deixe essa energia divina agir, sem pressa, sem intervenções, com calma... O Nirvana está próximo para você!
De toda forma, vale relembrar os outros nove mandamentos que devemos tentar seguir sempre: Não usar o Santo Nome de Deus em vão; Santificar domingo e festas de guarda; Honrar pai e mãe (e os outros legítimos superiores); Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo); Guardar castidade nas palavras e nas obras; Não roubar (nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo); Não levantar falsos testemunhos (nem de qualquer outro modo faltar à verdade ou difamar o próximo); Guardar castidade nos pensamentos e desejos; Não cobiçar as coisas alheias.
Voltando ao assunto do Nirvana que, aliás, nunca saímos, lembro-me de uma mensagem de Dalai Lama (que segue os ensinamentos de Buda), que li certa vez: “A felicidade é um estado de espírito. Se a sua mente ainda estiver num estado de confusão e agitação, os bens materiais não vão lhe proporcionar felicidade. Felicidade significa paz de espírito”. E é isso. Vou ficando por aqui, desejando que cada um de nossos leitores tenha paz de espírito e se esbaldem num eterno Nirvana, com muito amor, paz, luz e respeito a todas as escolhas individuais.
Fonte: Clic Folha
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