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O sofrimento de Jeremy Wade Delle

domingo, 23 de dezembro de 2012|

Jeremy Wade Delle, 16 anos cansado de ser ridicularizado por todos, o tempo todo, devido à sua timidez, resolveu em um dia que chegou atrasado e foi mandado para a diretoria, dar cabo de sua vida.

Depois que voltou da direção, ele parou na porta de sua classe e exibindo sua arma, colocou o cano na boca e puxou o gatilho comentendo na frente de seus colegas

A  foto ao lado é Jeremy Wade Delle que foi inspirado no Clipe Jeremy do Pearl Jam.

Vou anexar a história de Jeremy que busquei na pesquisa


Não devem ter sido muito mais de vinte pessoas a assistir ao derradeiro momento, mas são certamente milhares aqueles que conhecem esse momento. Estranha forma de eternidade a dele.
Primeiro, pediu permissão à professora para se retirar momentaneamente da sala. Saiu. Completamente indiferentes ficaram todos. Aquele rapaz não tinha amigos, não tinha, para muitos, sequer um nome. Depois regressou à sala, para se tornar alguém, para ser eterno. 
"Já tenho o que preciso." disse à professora. E, antes que alguém sequer pudesse entender o que ele dizia, Jeremy apontou o revólver à têmpora e disparou. De repente, aquele rapaz era alguém. Não se chamava Jeremy, não tinha nome, mas era o rapaz de 15 anos que se suicidara em frente da turma inteira. Os salpicos de sangue espalharam-se e o corpo caiu no chão, já morto, esfriando, enquanto gelada estava a turma inteira e a professora. 
Claro que Jeremy parecia um rapaz calmo, quase nem se dava por ele. É essa a condenação. Ali estava o corpo, estatelado na frente da plateia atónita que via, finalmente, o resultado do seu comportamento. Culpados, há sempre culpados. Culpada é a vítima, são os opressores, são os condescendentes. Jeremy não foi o primeiro e não foi o último. 
Hoje dizemos o nome dele. 
Jeremy Wade Delle é conhecido, é uma peculiar celebridade, e viverá por muitos e longos anos. 
Um jovem de Seattle, vocalista de uma banda que estava a gravar as suas primeiras demos encontrou a notícia sobre Jeremy num jornal e decidiu fazer uma canção sobre ele. Hoje, os Pearl Jam são uma banda respeitada e, mais importante do que isso, ouvida. E 'Jeremy' é a canção que todos sabem cantar. Todos nós ligamos a música e cantamos aquela letra angustiosa que nos aponta o dedo e nos acusa. E nós não fizemos nada. Precisamente por isso somos culpados. 
Houve um Jeremy na minha vida, houve um Jeremy na vida de cada uma das pessoas que ler isto que agora escrevo. O mais provável é que alguém leia e pense Não, na minha vida não houve. É exactamente esse o melhor sinal de que houve mesmo. Nós não nos lembramos dele, ou lembramo-nos muito vagamente. Víamo-lo passar silencioso nos corredores silencioso e desinteressado, ignorado por todos, mesmo por nós, mesmo por aqueles que também não davam muito de si. 
E depois, acontece aquilo que Eddie Vedder diz. Chega o dia em que Jeremy fala. Esse falar não tem nada que ver com as palavras que Jeremy Wade Delle ou qualquer outro Jeremy possa ter dito. Quando eles falam, é para ter a última palavra. É para cairem, de seguida, mortos no chão. 
Quantos de nós não podíamos ter sido mais um Jeremy? Quantos de nós não quisémos entrar para a eternidade? A vida, por condição, tem que ser temporária, e querer entrar na eternidade significa rejeitar a vida. Jeremy quis ser eterno, não no sentido em que as pessoas lhe soubessem o nome, mas no sentido em que não teria que viver mais. Pois, já dizia o poeta*, Viver sempre também cansa. Cansa mais ainda quando se vive sozinho. É improvável que a letra de Eddie Vedder seja uma recriação fiel da vida de Jeremy Wade Delle, até porque o próprio Vedder explica que misturou a história de Wade Delle com a história do Jeremy que havia na vida dele-Vedder. 
Mas não é difícil imaginá-lo, como na primeira estrofe, sozinho no quarto a desenhar um mundo em que a sua vida não fosse o que era. Castelos e montanhas que pudesse governar, estando assim no topo do mundo, em vez de se sujeitar às pessoas que teimam em transformar o mundo numa espécie de cadeia alimentar em que não bastar estar no topo: é preciso também empurrar todos para o fundo. E não é difícil imaginar os pais, completamente indiferentes ao filho. 
E não é preciso imaginar, pois sabemos que assim foi, que Jeremy só foi notado pelos que o rodeavam quando disse a sua última palavra. Como uma bala pode ser redentora! Como a passagem rápida e quase indolor do metal pelo cérebro pode ser tão mais bela e bondosa do que uma vida em que tudo é prometido constantemente e raramente as promessas redundam em realidades. 
Foi o trinunfo, então, que perpassou os olhos de Jeremy quando encostou o revolver à têmpora. Os olhos azuis ter-se-ão enchido então de um brilho insólito e até o sangue que começou a empoçar à sua volta no chão, quando já tinha caído, parecia vivo e brilhante como um rio que assinala a passagem do tempo e marca um caminho para o eterno mar. Jeremy poderia ter sangrado um rio, porque estava finalmente livre. A sua boca direita e gélida poderia ter sorrido, pois que melhor recompensa poderia haver para o sofrimento de quinze anos de vida do que o choque em que a turma inteira ficara? Sim, eles estavam sentados nas suas carteiras, olhavam em frente atónitos e incrédulos, num misto de surpresa, de dúvida, de culpa e de medo. Jeremy era um justiceiro. Ou fez a justiça que pôde. Não durou mais do que uns dias, mas a verdade é que, se não fossem o revólver e a bala e o sangue, Jeremy nunca teria cobrado a ninguém o sofrimento que lhe haviam causado. 
O mais provável é que, passado algum tempo, aqueles colegas de turma já o tivessem esquecido, já nem pensassem nele. Mas, por momentos, a dúvida atravessara-os com a ligeireza dolorosa de uma lâmina. Haviam-se perguntado se tinham culpa naquilo, se haviam feito tanto mal a alguém. E esse sofrimento era uma considerável moeda para o sofrimento de Jeremy. 
E hoje, vinte e um anos depois, nós ligamos a música e cantamos, entre a compaixão e a admiração, a letra que Vedder escreveu tão sensivelmente. E é impossível que não vejamos nitidamente Jeremy. Pode ter sido esse rapaz mutista que passava por nós nos corredores, ou podemos ter sido precisamente nós. Mas conhecemo-lo.
Não foi uma canção que fez de Jeremy eterno, porque eterno já ele era. A canção veio relembrá-lo. 
*o poeta é José Gomes Ferreira, e a citação é o título do primeiro poema da sua 'Poesia 1'

Eu sempre ouvi essa música e depois que meu amigo Wellington mostrou o clipe eu vi o sentido da letra e a forma que aconteceu pois na minha infância eu sofri e muito com o bullying e com a rejeição de muitos até a época em que estudei na faculdade, mas não vou ficar dizendo sobre o lado pessoal pois é anti-ético.

Mas Jeremy é uma das minhas músicas favoritas e ela não é cantada, e sim narrada pelo Eddie Vedder pois é uma história contada em fato real.

Tradução da Música Jeremy.

Em casa
Desenhando figuras de topos de montanhas
Com ele no topo, sol amarelo limão
Braços erguidos em "V"
Os mortos estendidos em poças de cor marron embaixo deles

Papai não deu atenção
Para o fato de que a mamãe não se importava
Rei Jeremy, o perverso
Governou seu mundo

Jeremy falou na aula de hoje
Jeremy falou na aula de hoje

Me lembro claramente
Perseguindo o garoto
Parecia uma sacanagem inofensiva

Mas nós libertamos um leão
Que rangeu os dentes
E mordeu os seios da menina na hora do intervalo

Como eu poderia esquecer?
E me acertou com um soco de esquerda de surpresa
Meu maxilar ficou machucado

Deslocado e aberto
Assim como no dia
Como dia em que ouvi

Papai não dava afeto, não
E o garoto era algo
Que mamãe não aceitaria
Rei Jeremy, o perverso
Governou seu mundo

(3x)
Jeremy falou na aula de hoje

Tente esquecer isso
Tente apagar isso
Do quadro negro

(2x)
Jeremy falou na aula de hoje

(2x)
Jeremy falou
Falou

Jeremy falou na aula de hoje


No dia 2 de novembro de 1993 o clipe Jeremy do Pearl Jam foi recebido como o melhor clipe do ano no VMA da MTV. Só entrar neste link e ver.

Este post foi feito pelo em homenagem ao Eddie Vedder que completa 48 anos de idade, e não tem como fazer um post de aniversário do Vocalista do Pearl Jam e Locutor de Rádio. Neste dia 12 de Dezembro ele cantou junto com Roger Watters do Pink Floyd no Tributo pela vítima do Furacão Sandy que foi um mega Show.

Deixei um link do post "Feliz Aniversário Eddie Vedder"

Espero que todos gostem deste post e peço para que curtam e espalhem

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